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Música e Letra: Gustavo Nobio
Bom dia, boa tarde, boa noite, não importa o horário/Está no ar a Rádio Velha Escola para esse mundo temerário/Aqui quem fala é um nobilíssimo emissário/Navegando pelas ondas a transmitir meu ideário...
No toque, toque, toque ligeiro de um galope/Tão hard como o bop, o som é hip-hop/Como um nó bem atado, estou sempre de ouvido grudado/Tô antenado!/O leigo diz que o ritmo é muito transgressor/Sem conhecer a raiz, seu significado e seu valor/A boca fala o que ela quiser/Nem sempre se ouve o que se quer/(Democracia, né?!)/Cada um tem o direito de gostar ou não/Respeito opinião, rejeito palpite vão/É preciso alcançar a essência que tem essa expressão cultural portentosa/Assim a insipiência dá espaço ao saber para um maior entendimento dessa música atuante e estrondosa
Desprezo conversas tolas sem nenhum fundamento/Porque não aguento quando falam, falam, falam e só falam excremento/Será que é melhor ouvir balela, balela, balela/Achar que o milionário com estampa de galã de novela/Vai se casar com a mocinha sonhadora da favela/Há uma enorme distinção entre o real e a teledramaturgia/Mas o povo acredita e absorve tal demagogia/Falta em muitas cabeças a coerência e o tino ideal/Sobra em muitas cabeças aquilo que é banal/Tipo de raciocínio bastante usual/Assim a “massa” é preparada para assar e se dar mal
O hip-hop bate forte aqui no peito/Sou brasileiro, mas a nada fui eleito/Só filiado ao partido da rima usando a sapiência como ás/O rap é... uma ritmada dialética loquaz
Os genuínos arquitetos do canto falado constroem o seu legado/Não seguem o embalo e deixam a jactância para quem é deslumbrado/Vivendo banditismo ilusório num mundo descerebrado/Tagarelas displicentes... esvaziam a poética tornando a narrativa decadente/O emecê que é sagaz, inteligente/Enxerga palmos e palmos a sua frente/Capta coisas que ninguém vê naturalmente/Luta pelos seus objetivos e vai tocando adiante a sua vida/Passando sua inspiração para o papel com intuito da mensagem ser compreendida
Nesse jogo tem que ser idôneo, sem ser enfadonho/Fazer bem feito para não desapontar, demonstrando ser mais um bisonho/Para escrever e interpretar um rap com eurritmia/A disciplina é praticar, ler e escutar pra dominar com maestria/E para compreender ritmo e poesia/Tem que ter senso e sabedoria/Este é o hip-hop e sua filosofia
O hip-hop bate forte aqui no peito/Sou brasileiro, mas a nada fui eleito/Só filiado ao partido da rima usando a sapiência como ás/O rap é... uma ritmada dialética loquaz
A batida contagia e o som está rolando/Eu falo coisa séria e o cara ostentando/Tramo em segredo e desenvolvo cada plano/Sem dissimular, pois o poeta aqui é lhano
Com o poder da levada que sacode os quadris ninguém pode e seu calibre de contestação/Contra a manipulação, buscando melhoria e a solução/Paz, União, Amor e Diversão!/Povo preto está cansado de andar vigiado/Se para o carro dos homens fardados/Mãos para o alto e encostar na parede para ser esculachado/Vítima do olhar de cima a baixo e debochado de agentes despreparados/Autorizados pelo Estado a caçar, alvejar, abater carne negra, a mais barata do mercado/Nada de derrota, nada de perder, pois não é isso que eu espero/Resistência já, a base vai tremer, vamos virar o jogo e golear de dez a zero
O hip-hop bate forte aqui no peito/Sou brasileiro, mas a nada fui eleito/Só filiado ao partido da rima usando a sapiência como ás/O rap é... uma ritmada dialética loquaz
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Música e Letra: Gustavo Nobio
Às vezes tenho um certo pesar
Questiono onde o mundo vai parar
São tantas práticas vis, pagãs
Maldades sob alegações cristãs
Se eu pudesse voltar no tempo
Mudaria fatos, tanto tormento
Mas sou um mero mortal
Sem nenhum poder divinal
Tudo tem um propósito de ser
Viva a vida e deixa acontecer
Viva a vida e deixa acontecer
Tudo tem um propósito de ser
Ouvi falar pelas dorsais
Não vou virar, olhar pra trás
Eu sei quem são os tais boçais
Gente que tem língua mordaz
Sigo só com atitude e direção
Sigo só com a firmeza desse chão
Sigo só com a firmeza desse chão
Sigo só com atitude e direção
Sendo muito audaz..., na luta com toda bravura diante de imbróglios
Vivo e perspicaz..., enfrento um leão por dia empregando esforços
Sendo muito audaz..., na luta com toda bravura diante de imbróglios
Vivo e perspicaz..., enfrento um leão por dia empregando esforços
Sendo muito audaz
Vivo e perspicaz
Vivo e perspicaz
Sendo muito audaz
Mantendo essa firmeza pela vida que eu sigo todo dia
A minha jornada é ousadia, correria em correria
Assim como José, assim como Maria
Faço cada estrepolia, tranquilo sem agonia
Trabalhando minha mente pra viver em harmonia
Pois nossa realidade é um balde de água fria
Acorda! Onde cada oportunidade mora é depois que abre a porta
Exorta! Já é hora de lutar, de resistir, de semear, depois colher na sua horta
Água mata sede, tempo quente é o que conforta
Às vezes tenho um certo pesar
Questiono onde o mundo vai parar
São tantas práticas vis, pagãs
Maldades sob alegações cristãs
Se eu pudesse voltar no tempo
Mudaria fatos, tanto tormento
Mas sou um mero mortal
Sem nenhum poder divinal
Tudo tem um propósito de ser
Viva a vida e deixa acontecer
Viva a vida e deixa acontecer
Tudo tem um propósito de ser
Ouvi falar pelas dorsais
Não vou virar, olhar pra trás
Eu sei quem são os tais boçais
Gente que tem língua mordaz
Sigo só com atitude e direção
Sigo só com a firmeza desse chão
Sigo só com a firmeza desse chão
Sigo só com atitude e direção
Sendo muito audaz..., na luta com toda bravura diante de imbróglios
Vivo e perspicaz..., enfrento um leão por dia empregando esforços
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Música e Letra: Gustavo Nobio
No drible dos reveses (8x)
Domingo, segunda, terça, quarta, tô no meio do andamento/Quinta, sexta, sábado, o dia radiante
promove meu contentamento/Acomodado na cadeira, curtindo esse momento/Observo maravilhado,
bem atento, a forte tonalidade azul do firmamento/É lindo esse céu, mas é cruel sentir-se como a
perfeita refeição/De um leão que não tem comiseração, que se chama recessão
A gente clama por socorro ao perceber que a situação é trágica/Procura todas as saídas e todas estão
trancadas e se chega à conclusão que não há gênio da lâmpada mágica/Abrindo para alguns e
fechando para outros o mesmo limiar/A percepção é que faz tempo que não frutifica o pomar/A vida é
como planta que se rega e colhemos as conquistas, vitórias, muitas decepções e derrotas/Tentamos
a sorte grande decidindo na purrinha ou fazendo as apostas/A tristeza assola aqueles que estão sem
moradia dormindo em calçadas ou na praça/A felicidade encontra aqueles que conseguiram dar o
drible nos reveses e agora erguem a taça
Reveses vou driblando compondo música urbana
Cada compasso é um balanço de como foi a semana
Entre contratempos organizando o ritmo da minha vida
Na cadência desse bamba, a minha alma é destemida
Qualquer bloqueio que impeça minha passagem eu desobstruo/Tornar-me-ei liberto das amarras
superando esse período tão difícil e obscuro/Pois eu vou lutar contra tudo que for possível estando
firme e trabalhando duro/Com isso conseguindo ter no percurso um panorama/Mantendo o
pensamento de quem batalha e com fé alcança/E depois deita tranquilo em sua cama/Levando uma
vida mansa
Simples é o meu estilo sem a pompa das estrelas de Hollywood/O maior sucesso que o homem pode
ter é ser feliz, ter família, amizades e de sobra ter saúde/Saber que há pessoas que têm consideração
e que se alegram quando você está presente/O abraço apertado na chegada e na partida é o que
transmite confiança e você sente/O peito preenchido de conforto e a alma saltitante de tão
contente
Não estou em busca de um baú cheio de tesouro como um pirata da perna de pau/Só quero
viver no remanso e regozijar ao lado de uma amor sensacional
Reveses vou driblando compondo música urbana
Cada compasso é um balanço de como foi a semana
Entre contratempos organizando o ritmo da minha vida
Na cadência desse bamba, a minha alma é destemida
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Música e Letra: Gustavo Nobio
Que horas são? Não sei
Terra de Arariboia é o local
Calorão, que calorão! Oh, meu Deus, desse jeito eu passo mal
O pierrô apaixonado que vive cantando a ilusão do Carnaval
Merece a refrescância de algo gelado como "1 grau"
Parece obsessão, uma febre ensolarada, alguma coisa patológica/Quem tem objetivação busca a sua felicidade com a sua agilidade e usando bem a lógica/Bem, pelo menos essa é a minha ótica/Depois que termina o auê carnavalesco, tudo volta ao perfeito “imperfeito funcionamento”/Todos caem na “real” e se veem prisioneiros do tormento/Se antes era risos e alegria, agora acaba a ilusão e continua o lamento/Minha vida segue rotineira, acordando cedo de segunda a sábado, sabia?/Para garantir o meu fundo de garantia/Todo dia/Fazendo o mesmo percurso já rodado por P.M.'s abordado, com o pensamento voltado à ritmada eloquência da minha poesia/Berço de ouro nunca foi meu leito de nascedouro, portanto seguro minha barra com muita ousadia/Mantendo viva a meta traçada, sempre calculada nas idas e vindas pela ponte Rio-Niterói que faz a via
O ritmo da sobrevivência é surreal de tão pauleira
A gente bate cabeça no concreto ou na madeira
E aprende na marra de qualquer, de qualquer maneira
Nas ruas, sábado, domingo, de segunda a sexta-feira
Via ponte Rio-Niterói a vida, a vida, a vida segue
Superando dificuldades, a vitória se consegue
Tudo que eu preciso é da preciosa chance
Se há perseverança, eu salto e chego ao alcance
De-sis-tir nem pensar...desistência nem pensar por mais que eu me canse
A luta diária é como um combativo duelo de gigantes/Brigamos e lidamos com forças e adversidades a todos os instantes/Poucas são as pessoas que te dão apoio, que nas horas críticas à sua autoestima dão um ótimo levante/Gente disposta a baixar sua potência de agir tem de montão pra destruir o seu sonho tão importante/Aqui ó/Mando um “F” de tamanho grande e nada elegante/Não me atrasa se você não me adianta/Não empaca na minha frente sua anta/Jesus, Maria, José!/Eu vivo cada coisa e sei exatamente como é/Alguém tentando incansavelmente por sal no teu café/Fauna de selvagens animais que pensam, tipo crocodilo devorando jacaré/Dizem que o segredo é alma do empreendimento pro negócio prosperar/Pois bem, batalho oportunidades em silêncio a driblar/Zoião de seca pimenteira que tem a mania de bisbilhotar/Nada vai me atrapalhar/Tô em casa e daqui ninguém me tira, Niterói é o lugar/Meu doce lar
O ritmo da sobrevivência é surreal de tão pauleira
A gente bate cabeça no concreto ou na madeira
E aprende na marra de qualquer, de qualquer maneira
Nas ruas, sábado, domingo, de segunda a sexta-feira
Via ponte Rio-Niterói a vida, a vida, a vida segue
Superando dificuldades, a vitória se consegue
Tudo que eu preciso é da preciosa chance
Se há perseverança, eu salto e chego ao alcance
De-sis-tir nem pensar...desistência nem pensar por mais que eu me canse
Apesar daqueles dias de dureza/Levo na “boa” e compenso com simpatia e gentileza/O capital depois a gente dá um jeito de ganhar, o que não pode faltar é saúde e comida lá na mesa/Mas é impossível não indignar-se com cenas cotidianas que provocam um misto de raiva e tristeza/Bate um arrependimento e sentindo-me mal, peço perdão pela fraqueza
Se estou necessitado, um cachorro abandonado a procura de consolo
Recorro aos afagos e abraços daquela mulher tão calorosa e cativante
Perto do término do dia anseio pela calmaria e detesto tudo que for “rolo”
A paisagem sempre guarda um detalhe dependendo do ângulo do observante
Seja bem vindo, venha, visite/Não tem cacique, a tribo é Nikiti/Já dizia um samba da antiga que “sonhar não custa nada” e a força de vontade é valiosa/Ando sonhando alto para dar sustentação à minha exaltação criadora e ruidosa/E sou chamado de maluco, vê se dá?/Por não assimilarem o propósito da causa/Convido todos, pois quem viver ouvirá/A sessão de som batendo forte e sem tempo para pausa
O ritmo da sobrevivência é surreal de tão pauleira
A gente bate cabeça no concreto ou na madeira
E aprende na marra de qualquer, de qualquer maneira
Nas ruas, sábado, domingo, de segunda a sexta-feira
Via ponte Rio-Niterói a vida, a vida, a vida segue
Superando dificuldades, a vitória se consegue
Tudo que eu preciso é da preciosa chance
Se há perseverança, eu salto e chego ao alcance
De-sis-tir nem pensar...desistência nem pensar por mais que eu me canse
Foi-se a época das viagens para a roça e dos passeios a cavalo/Da infância e das férias com os primos qu'eu passava em São Gonçalo/Do menino magrelo lá no centro da cidade (Niterói!) apelidado de Lula Lelé/Que jogava seu Atari, zerava Pacman, fã de M.C. Hammer e péssimo na bola com o pé/Eu não nasci pra ser Pelé/Hoje o garoto obstinado corre o mundo e aos predadores não se redime/Entoa o bravo canto do rep, simplesmente uma arte tão sublime/Que canaliza angústias e alentos que o emecê exprime/Eu fui capacitado com o dom de musicar o que a mente grava e depois imprime/Enquanto o sonho não se materializa/Faço aquilo que está na medida do possível porque cada ser humano tem uma baliza/Me concentro, componho, treino pra caramba, ensaio as canções e preparo o repertório, pois só cresce e evolui quem se atualiza/Se a boca é o passaporte para Roma, atravesso o oceano carregando meu discurso até a Torre de Pisa
Éah! O autêntico hip hop não, não, não para e o velho samba nunca morre/Sendo assim eu caio de cabeça e por favor não me socorre
O ritmo da sobrevivência é surreal de tão pauleira
A gente bate cabeça no concreto ou na madeira
E aprende na marra de qualquer, de qualquer maneira
Nas ruas, sábado, domingo, de segunda a sexta-feira
Via ponte Rio-Niterói a vida, a vida, a vida segue
Superando dificuldades, a vitória se consegue
Tudo que eu preciso é da preciosa chance
Se há perseverança, eu salto e chego ao alcance
De-sis-tir nem pensar...desistência nem pensar por mais que eu me canse
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